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quinta-feira, 15 de maio de 2008

No tempo em que os animais falavam...

















Olá, João, como estás?
Eu estou bem, ó meu homónimo!
Desde que tenho este nome
Que é meio-humano também,
Cá vou estudando e sonhando
Na minha escola do Bem
(e do Mal, que faço asneiras
e vingo-me às vezes das aulas
que a minha dona me dá!...)
Ouve lá, tu achas bem
Que sendo eu só um gato,
Não trepe às jarras com flores,
As não possa eu cheirar,
Nem a água lhes beber...
Nem pelas noites passear
E ir p’rá farra com os gatos?
Eu faço ver que não oiço
A minha dona, agastada,
E parto-lhe logo a jarra
Com a minha pata certeira...
Ela não gosta... “Outra asneira,
Ó seu grande malandrão...!”
Fujo logo, claro está...
E enquanto ela limpa os cacos,
Ponho-me cá a pensar:
Se eu também já sou João,
Porque hei-de ser malandrão?
E vou p’rá escola estudar.
Muito sério e sisudo,
Quando a dona está serena,
Aproveito o colo dela,
Faço ronrom e descanso.
Já sou um gato doméstico!...
Que nota me davas tu?
Dou-te cinco eu a ti...
Gosto de ti, pronto!

Um ronrom de pata e rabo para ti. Vens cá?
JOÃO RATÃO







Ó Nuno, gostas de mim?
É que eu sou tão traiçoeira
P’rós insectos, lagartixas,
Pássaros e até toupeiras,
Que a minha dona por vezes
Diz que eu não tenho conserto:
“É uma ratinha dos canos,
esta gata traiçoeira!” –
diz ela um pouco agastada,
porque me acha selvagem.
Gosto da casa, é verdade,
Mas prefiro saltitar
Pelos campos e telhados,
E até desafiar
Outros gatos e animais
Que por lá andam “descalços”,
Porque uma casa não têm,
Uma dona que os eduque
E lhes esteja sempre com truques
Para os trancar em casa,
Não têm eles também...
Sou alegre e bem-disposta,
Sempre, sempre a ronronar,
Passo a vida a pedinchar
Mais cuidados à “doninha”
Que gosta muito de mim,
Mas me dá tautau no rabo...
Eu não gosto, mas lá calo
E vou-me logo enfiar
Na roupa dela que está
Lá mais perto do telhado
Com que eu costumo sonhar!
Gostas tu de mim, ó Nuno?
Que nota me davas tu?
É que eu sou uma grande atleta
E mesmo que não pareça,
Sou já uma gata doméstica?

Um ronrom para ti. Vens cá?
CAROCHA


Olá, ó prima Ritinha...
Como vais tu, pequenina?
Eu sou a gata Carocha
E gosto muito de ti!
Encontrei umas calcinhas
Todas alegres, catitas
E trouxe-as logo p’ra ti.
Gostas delas?
Eu gostei...
Se as achares pequeninas,
Fico triste e infeliz...
Se grandes forem ainda,
Ficam à espera que cresças
E te enterneças por mim!
Se já te estiverem boas,
Fico feliz por inteiro
E só ronrono p’ra ti:
“Lá vai a gata Ritinha
que é tão bela e engraçadinha...”
como no conto da avó!...

Uma festinha da Gata Carochinha.







AGORA, ESCREVO EU, O GATO RATÃO

Então, ó flor Margarida,
Como está o teu jardim?
Eu aqui já tenho flores
E ando sempre a ronronar...
Caço bichos e aos pássaros
Também gosto de visitar...
Sabes que estou grandalhão?
Cada vez sou mais giraço
E desde que a minha dona
Me trouxe p’ra cá a Carocha
É um namoro pegado.
Gosto dela e ela de mim
E nunca estamos zangados.
Mas gostava que viesses
Um dia destes com a Rita
Visitar o meu terraço...
Sou muito feliz aqui ,
Mas queria conhecer-te...
A minha dona me diz
Que és tão linda e educada
Tão boneca de ternura
Tão sereia dos seus olhos...
Que eu quero ver se a Carocha
É tão linda como tu
Ou como a mana Ritinha.
Sabes que mais, Margarida?
Vem daí com a Ritinha,
O pai e a mãe também
E já agora traz também
O padrinho e a madrinha,
Mais o Nuno e o João
E eu ronrono p’ra vós!
Sabes que mais? Vou dormir!
Não, vou p’ró jardim
E caço por lá um pássaro...
Gosto dele... e tu, gostas de mim?

Um ronrom do Gato Ratom.

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