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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pós-autárquicas (Romanos, Gauleses e Lusos)

Cada um é como cada qual e eu não sou uma fã dos Romanos: deve correr em mim muito sangue celta, aparentado do Obélix (dói-me ver derrubar "carvalhos", rebolo-me a rir e a brincar com os "Ideiafix"...) e do Astérix (a ver se Panoramix me arranja uma "poção mágica" para combater os Romanos...) e de Viriato e de Sertório !.... A verdade é que, apesar de ser uma fã de Itália, não sou fã de Roma: aquela monumentalidade remanescente de um império de Césares atrofia-me o raciocínio, retira-me a linguagem espontânea e transporta-me a um mundo onde o poder é arrogância, a força é brutalidade, o riso é desnorteado e nervoso e a imaginação é delírio de grandeza a soldo de um extermínio progressivo da diferença. Em consonância com a monumentalidade da Roma antiga, o trânsito caótico de hoje em dia desconhece as cores dos semáforos ou qualquer regra que não seja a do "salve-se quem puder"!... Reafirmo que sou uma fã de Itália (Florença, Veneza, Ravena, sentido estético apurado e inovador que sempre me surpreende e desenha sorrisos), mas daquela veia "imperial" dos Césares temo-me como se devem ter temido todos os povos que os Romanos "romanizaram"... E a verdade é que ainda estou para perceber (ou não quero dar linguagem às minhas suposições) a razão porque, democraticamente, a Itália elege para o Parlamento a Cicciolina ou para o mais alto cargo da Nação o Berlusconi (que faria grande êxito numa ópera bufa ou no teatro burlesco com o nome de Burlesconi)... Encarar a política com "muito riso e pouco siso" dá, às vezes, nestas coisas!... Por cá, encaro com apreensão a "floresta de auto-estradas" que vai criando desertos a perder de vista e a estranha eleição (por democrática e escorada em "floresta de licenciados"), de autarcas a contas com a justiça nacional... Entristece-me e confrange-me ouvir das razões invocadas para estas preferências (ex: "os outros - os bancos, etc. - são ainda piores", como se não estivessem a falar dos mesmos) e do alardeado estado de espírito desta estranha figura de "réus vencedores": sempre estão "tranquilos", à espera que "provem" o de que os acusam (nada como ir para o poder, onde é mais fácil influenciar a legislação)... À conta deste "bem-estar" dos Césares, os Astérixes, Obélixes, Viriatos, Sertórios e outros que tal, vão sendo silenciados porque "intranquilos" e acusados de calúnia, perseguição e cabala (o que nunca se consegue "provar")... O que vai valendo são os "Gato Fedorento", que sempre têm uma linguagem de "verdade humorística" que vai dando voz a todos os que, silenciosos, temem transformar-se em "redutíveis Gauleses" ou "atraiçoados Lusitanos"...

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