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domingo, 26 de outubro de 2008

Avaliação de Professores


Primeiro, pensei que ouvira mal; depois, achei que "eles nem as pensam!"; mais tarde, achei que "não sabem do que falam" e, claro, achei que alguém iria repor a verdade... Pois bem, talvez alguém o faça, mas não tenho tido a sorte e a saúde de o ler / ouvir... Por isso, de vez em quando, oiço estas vozes interiores "entre aspas" e, quando dou conta, estou irritada. Olha, hoje falo... e pronto!

Os professores nunca foram avaliados?!... Só agora é que vai haver uma "avaliação de desempenho" destes profissionais? Mas afinal, quem lhes conferiu nota académica senão as Universidades?...; nota profissional, senão os seus "pares" delegados à profissionalização e/ou Estabelecimentos de Ensino Superior?; nota nas "acções de formação", senão professores destacados para o efeito? Como eram eles hirarquizados nas escolas? Só pela antiguidade? Então e as avaliações científicas e pedagógicas com que concorriam serviam para quê? Ai, não era só pela antiguidade, não! Este era um dos parâmetros para "avaliar" os professores!... E quem anda por lá, sabe que é assim.

O problema é de fundo e sobre ele muito se fala... O que mais me preocupa, enquanto cidadã, é o desprestígio com que se tem anatemizado toda uma classe profissional, ou seja, o desrespeito pela "Educação", em si mesma. E tanto assim é, que agora se pretende hierarquizar os professores, em concurso, não pela sua classificação académica e pedagógica (científica, portanto), mas pela "avaliação de desempenho"... Tendo em conta o silenciamento crescente a que foi votado o Ensino Secundário (2 horas de redução para utilizar na preparação de aulas deste nível pré-universitário, para quê?!...), imagino como deve andar o Ensino Superior!... Lembro-me bem, que foi por razões idênticas que apareceu o SneSup...

Que se me perdoem os muitos hiatos explicativos, mas não vale a pena entrar em detalhes...
Por esta lógica legislativa, vamos ter médicos avaliados pelo número de doentes que "vêem" e "salvam" e juízes avaliados pelo número de processos que "despacham" e "despenalizam". Dito assim, parece absurdo. Oxalá o seja! Educação, Saúde e Justiça... "Estado Social"?!...

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