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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pós-europeias


É um afã mediático pós-eleitoral: ganhou a chamada esquerda, mas a direita não se resigna, já que ganhou na "Europa"... O que me vai afligindo é que a leitura que fazem dos resultados, mais do que uma reflexão sobre o que é necessário mudar, implica uma estratégia sobre como não deixar a dita esquerda chegar ao poder. Por mim, tanto voto no que eles chamam direita como na sua esquerda, habituada que estou já a ver estas palavras mais como um simulacro de ideologia para esgrimir ataques pessoais (quase sempre ressabiamentos, temores...) do que um conjunto de valores que têm de ser sistematicamente avaliados na prática para corresponder à dignidade do ser humano na sua relação intrapessoal, interpessoal e universal (entenda-se com o Universo, também no sentido científico). Por isto, o que me atrapalha é que, ao ver o afã com que a chamada "direita" quer abraçar o poder em consonância com outros países europeus, não consigo deixar de vislumbrar um inevitável crescimento futuro dos impostos para pagar os sucessivos "investimentos" que têm servido uma "cultura" do ócio, da competição e da desvalorização social do trabalho... Classe média? Qual? A que trabalha?... Muito perigoso: a futura (já no terreno) classe média pode ser a dos excelentes alunos com excelentes formações, mas completamente subordinados e empobrecidos economica e socialmente frente aos seus colegas de curso, irmãos e amigos que, entretanto, ascenderam a "cargos de chefia"!... Neste cenário, facilmente se concebe esta classe média a trabalhar... para QUEM?
(já agora... não, não falo ainda das nossas escolas... sai ainda mais amargo e estou muito farta de algumas palavras e expressões e com muito receio de quem as diz: "produtividade", "estou tranquilo", "provem...", etc. and so on... pensando bem, daqui a pouco já estou arrependida de escrever isto. Para já, fica!... Não há medo?... principalmente de pensar!...)